https://www.publico.pt/2019/10/09/sociedade/opiniao/decretolei-n-542018-6-julho-ano-passado-ano-perdido-1887854
ESCALA PARA A IDENTIFICAÇÃO DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM (EIDA)

É um facto incontornável que, dentro do espectro dos problemas de aprendizagem significativos, as dificuldades de aprendizagem são a condição mais prevalente entre as crianças e jovens em idade escolar, com idades compreendidas entre os 5 e os 18 anos. No nosso país estima-se que mais de 75000 crianças e jovens possuam dificuldades de aprendizagem, sendo cerca de pelo menos 80% dessa estimativa, crianças e jovens com dislexia. Não admira, portanto, que esta condição seja um grande fator de preocupação entre professores, outros agentes educativos e pais. A Escala para a Identificação de Dificuldades de Aprendizagem (EIDA) é um instrumento...
ALUNOS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

De acordo com vários especialistas, o termo dificuldades de aprendizagem serve para descrever uma desordem de origem neurobiológica que tem como fundamento uma estrutura ou um funcionamento cerebral diferentes. Esta desordem afeta a forma como a criança processa a informação, resultando em problemas quanto à sua capacidade de falar, escutar, ler, escrever, raciocinar, organizar e rechamar informação ou de fazer cálculos matemáticos. Esta multiplicidade de problemas não significa que uma criança os apresente todos. Assim sendo, cada caso é um caso com características específicas (por exemplo, problemas graves na área da leitura, ou na da leitura e escrita, ou na...
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E NECESSIDADES ESPECIAIS (Vol. 2)

Excerto de um parágrafo do capítulo, “Dislexia: O que é? Como entendê-la?”, inserido no livro “EDUCAÇÃO INCLUSIVA E NECESSIDADES ESPECIAIS (Vol. 2)”, acabado de publicar pela FLORA EDITORA: “Posto isto, voltando à avaliação e intervenção de alunos com dislexia com base num modelo de tipologia multinível, cabe-nos esclarecer que uma parte significativa destes alunos requer intervenções que envolvem um ensino mais intensivo em pequeno grupo ou, mesmo, individualizado (Vaughn, 2003). Contudo, nos casos mais severos, o terceiro nível de um modelo de tipologia multinível pode exigir uma avaliação mais completa, mais exaustiva, comummente designada por avaliação compreensiva (Correia, 1997), uma...
POR QUE SERÁ QUE HÁ MUITA GENTE QUE CONFUNDE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM COM DÉFICE DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE?

Para começar, diremos que usar os termos Dificuldades de Aprendizagem ou Dificuldades de Aprendizagem Específicas é, pura e simplesmente, a mesma coisa, ao contrário do que alguns “especialistas” da nossa praça parecem fazer crer, ou seja, ambos os termos se referem a indivíduos cujas condições neurológicas se traduzem em problemas significativos na aquisição e uso da escuta, da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio e aptidões matemáticas, dando lugar a condições consentâneas com as dificuldades específicas na leitura (dislexias), as dificuldades específicas na escrita (disgrafias) e as dificuldades específicas na matemática (discalculias). No que concerne ao Défice de...
DISLEXIA: O ELEVADO PREÇO DA INCOMPREENSÃO

Num artigo que escrevi para a revista Análise Psicológica, intitulado Problematização das dificuldades de aprendizagem nas necessidades educativas especiais, afirmava que, em Portugal, “a legislação não contempla a categoria das dificuldades de aprendizagem específicas (DAE) e, por conseguinte, os alunos que apresentam esta problemática são totalmente ignorados e, na maioria dos casos, entregues a um insucesso escolar total que leva a níveis assustadores de retenções, de absentismo e de abandono escolar”. Afirmava, ainda, que: “Na nossa óptica, torna-se importante dar um sentido conceptual ao termo DAE para, a partir daí, podermos identificar adequadamente e programar eficazmente para os alunos que...
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: EDUCAR AQUELES QUE AS NÃO TÊM

De acordo com vários especialistas, o termo dificuldades de aprendizagem (learning disabilities) serve para descrever uma desordem de origem neurobiológica que tem como fundamento uma estrutura ou um funcionamento cerebral diferentes. Esta desordem afecta a forma como a criança processa a informação, resultando em problemas quanto à sua capacidade de falar, escutar, ler, escrever, raciocinar, organizar e rechamar informação ou de fazer cálculos matemáticos. Esta multiplicidade de problemas não significa que uma criança os apresente todos. Assim sendo, cada caso é um caso cujas características específicas (por exemplo, problemas graves centrados na área da leitura, ou na da leitura e...
Que devo fazer se o aluno continuar a experimentar problemas nas suas aprendizagens?

Certifique-se que implementou estratégias de ensino ou modificações (acomodações e/ou adaptações) curriculares com base nas suas capacidades e necessidades, tendo, paralelamente, monitorizado, o seu progresso académico. Caso chegue à conclusão que a intervenção inicial não teve o sucesso desejado (ver, Que devo fazer se um aluno está a experimentar problemas nas suas aprendizagens?), então deve promover um diálogo educacional entre o professor de educação especial e quaisquer outros técnicos que se julguem necessários, a título consultivo, e os pais do aluno. Este tipo de ação deve levar à criação de uma equipa de consultoria (Equipa de apoio ao aluno/EAA) que,...
Que devo fazer se um aluno está a experimentar problemas nas suas aprendizagens?

Se suspeitar que um (ou mais) dos seus alunos está a experimentar problemas nas suas aprendizagens deve, inicialmente, tentar perceber qual a sua origem, analisando toda a informação pertinente relativa ao seu passado escolar, quer ele seja académico (ex.: produtos escolares; disposição e forma como elabora os trabalhos escolares; ajuda necessária), quer seja socioemocional (ex.: interações com colegas, professores, familiares e outros adultos; vontade de estar na escola), e aos seus comportamentos no seio da família e da comunidade. Em seguida, caso verifique que existem quaisquer tipos de problemas (académicos, ou outros) que gostaria de aprofundar, proceda a observações (de...
REMODELAÇÃO DO DECRETO-LEI N.º 3/2008, DE 7 DE JANEIRO

5.º PONTO EM ANÁLISE: RECURSOS ESPECÍFICOS À APRENDIZAGEM E À INCLUSÃO Este ponto em análise refere-se ao capítulo III (Artigos 11.º a 19-º) do “Regime Legal para a Inclusão Escolar” que diz respeito à Alteração ao Decreto-lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, agora em discussão pública. As situações que irei analisar dizem respeito essencialmente a três parâmetros: Recursos humanos específicos; Escolas de referência para a educação bilingue; e Centros de recursos para a inclusão. Recursos humanos Na escola, os recursos humanos consubstanciam-se nas figuras dos educadores e professores do ensino regular e da educação especial, do...